Hoje, o ouro apresenta um crescimento intradiário moderado, embora ainda não haja sinais de compras agressivas, enquanto os mercados aguardam novos dados dos Estados Unidos. Os participantes continuam preocupados com a desaceleração do crescimento econômico causada pela mais longa paralisação do governo na história do país, o que vem deteriorando o sentimento dos investidores e aumentando a busca pelo ouro como ativo de refúgio.

Além disso, as forças ucranianas relataram ataques a alvos em território russo com mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA. Em meio à crise, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, planeja visitar a Turquia na tentativa de reativar as negociações de paz, atualmente paralisadas. O representante especial dos EUA, Steve Witkoff, também deve participar das discussões. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia não pretende se envolver nessas conversas — fator que aumenta a incerteza geopolítica e fortalece ainda mais o ouro.

O dólar americano, por sua vez, tem dificuldade em atrair compradores mais fortes, embora permaneça próximo de uma máxima semanal devido ao tom menos pessimista do Federal Reserve. Além disso, diversos membros do Fed recentemente defenderam uma postura cautelosa quanto à possibilidade de novos cortes de juros no curto prazo.

O vice-presidente do Federal Reserve, Philip Jefferson, destacou no início desta semana a necessidade de uma abordagem gradual por parte do banco central. Já o governador do Fed, Christopher Waller, defendeu um novo corte de juros devido às preocupações com o mercado de trabalho e a desaceleração das contratações. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos contínuos de auxílio-desemprego — um indicador indireto das condições do emprego — subiram para 1,957 milhão na semana encerrada em 18 de outubro, sugerindo um aumento do desemprego em outubro.

Por isso, a divulgação atrasada do relatório de Folha de Pagamento Não Agrícola (NFP) dos EUA para setembro, prevista para quinta-feira, vem despertando grande interesse. Esse relatório, juntamente com a ata da reunião do FOMC que será publicada ainda hoje, deve fornecer sinais importantes sobre o ritmo potencial de cortes de juros do Fed, influenciando diretamente o dólar americano e o par XAU/USD.

Do ponto de vista técnico, o rebote a partir da média móvel simples de 200 períodos (SMA 200) no gráfico de 4 horas favorece os compradores. No entanto, os osciladores mistos no mesmo timeframe pedem cautela antes de considerar um novo movimento de alta mais consistente.

Por outro lado, a região de US$ 4.045 — onde passa a média móvel simples de 100 períodos (SMA 100) — pode oferecer suporte imediato antes da média móvel exponencial de 200 períodos (EMA 200) no gráfico de 4 horas, localizada logo acima do nível psicológico de US$ 4.000. Um rompimento decisivo abaixo deste último deixaria o ouro vulnerável a uma queda mais acentuada.